O Programa Detalhado da Certificação de Especialista em Investimentos ANBIMA (CEA) – versão 2.5, que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024, cobre diversos temas essenciais para a formação de profissionais do mercado financeiro. A seguir, um resumo técnico dos tópicos abordados no módulo 1, “Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado”:

1. Sistema Financeiro Nacional (SFN) e Participantes do Mercado 

(Proporção: 5% a 15% do conteúdo do exame)

O objetivo é avaliar se o candidato compreende os principais conceitos relacionados ao Sistema Financeiro Nacional, participantes, regulação, fiscalização e autorregulação dos mercados financeiros e de capitais.

1.1 Composição do SFN: 

O SFN é formado por órgãos de regulação, fiscalização e autorregulação, além de outros participantes de mercado. Estes órgãos incluem:

Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). 

Além disso, instituições financeiras, como bancos múltiplos, bancos comerciais e bancos de investimento, fazem parte do SFN. Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, a B3 (Brasil, Bolsa e Balcão), e diferentes tipos de investidores também estão incluídos.

1.2 Códigos ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas:

A ANBIMA exerce papel crucial na regulação e melhoria de práticas de mercado, emitindo códigos específicos que orientam o funcionamento de ofertas públicas, administração de recursos de terceiros, certificação continuada, distribuição de produtos de investimento, entre outros.

1.3 Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (PLD/FT):

A legislação, como a Lei 9.613 e regulamentações do BACEN e da CVM, estabelece responsabilidades para instituições financeiras na identificação de clientes, manutenção de registros e comunicação de operações suspeitas ao COAF. As sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (CSNU) também são discutidas, assim como as políticas de PLD/FT, que envolvem organismos internacionais como o GAFI.

1.4 Normas e Padrões Éticos:

As normas de controles internos (Resolução CMN nº 4.968) exigem a segregação de atividades para evitar conflitos de interesse. O módulo também aborda os crimes contra o mercado de capitais (manipulação de mercado, uso indevido de informações privilegiadas, insider trading) e ilícitos de mercado (spoofing, layering, operações fraudulentas, churning). 

1.5 ASG (Ambiental, Social e Governança):

A temática de ASG tem sido incorporada ao mercado financeiro com ênfase nos impactos ambientais, sociais e de governança corporativa sobre o desempenho das companhias. O conteúdo inclui resoluções como a CMN 4.943/2021 e CMN 4.944/2021, que tratam da política de responsabilidade social, ambiental e climática (PRSAC).

Este conteúdo é relevante para o exame CEA e reflete o papel do candidato em compreender e aplicar os princípios regulatórios, éticos e de governança, além de adotar uma postura voltada para a prevenção de ilícitos e responsabilidade socioambiental no ambiente financeiro.

Programa Detalhado da Certificação de Especialista em Investimentos ANBIMA (CEA) – Versão 2.5 (Vigente a partir de 01.01.2024)

2. Fundamentos Básicos de Economia e Finanças

Este módulo da Certificação de Especialista em Investimentos ANBIMA (CEA) tem como objetivo garantir que o candidato possua um sólido entendimento dos principais conceitos de economia e finanças. A certificação busca verificar se o profissional é capaz de interpretar e aplicar esses conceitos no contexto de mercado, além de avaliar sua capacidade de resolução de problemas práticos, envolvendo cálculos financeiros e a interpretação de gráficos e indicadores econômicos.

A seguir, são detalhados os tópicos principais do módulo de Princípios Básicos de Economia e Finanças, que representam entre 5% e 15% do conteúdo da prova.

2.1 Conceitos Básicos de Economia

2.1.1 Indicadores Econômicos

Os indicadores econômicos são métricas essenciais para medir a saúde e o desempenho da economia. Eles oferecem insights sobre a produção, o consumo, a inflação e outros aspectos importantes. Os principais indicadores incluem:

PIB (Produto Interno Bruto): Representa o valor total dos bens e serviços produzidos em um país em determinado período. É um dos principais indicadores de crescimento econômico.

Índices de Inflação:

•   IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): Considerado o índice oficial de inflação do Brasil, reflete a variação dos preços ao consumidor.
•   IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado): Usado amplamente para reajustes contratuais, como aluguéis, mede a variação de preços no atacado, na construção civil e ao consumidor. 

Taxa de Câmbio (PTAX): Reflete a média ponderada das taxas de câmbio apuradas pelo Banco Central em um período de tempo, servindo como referência para diversas operações financeiras e comerciais.

Taxa SELIC: A taxa básica de juros da economia, influenciando diretamente o custo do crédito e o retorno dos investimentos de renda fixa.

Taxa DI: Refere-se à taxa de juros praticada em operações interbancárias, sendo um dos principais benchmarks para produtos de renda fixa.

TR (Taxa Referencial): Utilizada para correção de saldos da poupança e contratos de crédito imobiliário, como o SFH.

2.1.2 Política Fiscal

A política fiscal diz respeito à gestão das receitas e despesas do governo. O tema central envolve a necessidade de financiamento do setor público, que ocorre quando as despesas superam as receitas, levando ao aumento da dívida pública. Esse endividamento pode impactar diretamente as taxas de juros e a inflação, além de influenciar o crescimento econômico.

2.1.3 Política Cambial

A política cambial regula a taxa de câmbio e busca equilibrar as transações comerciais e financeiras internacionais de um país. Entre os principais conceitos, estão:

Cupom Cambial: Diferença entre a taxa de juros interna e a taxa de juros externa, ajustada pela expectativa de variação cambial.

Reservas Internacionais: Estoque de moeda estrangeira que o Banco Central mantém para estabilizar a moeda nacional e cumprir obrigações internacionais.

Regimes de Taxa de Câmbio: São três os principais: câmbio fixo, câmbio flutuante e câmbio administrado. Cada regime possui implicações distintas para a política monetária e a estabilidade econômica.

2.1.4 Contas Externas

As contas externas refletem a balança financeira de um país com o exterior. São divididas em:

Balança Comercial: Registra exportações e importações de bens e serviços.

Transações Correntes: Abrange a balança comercial, a balança de serviços e as transferências unilaterais.

Conta de Capital: Reflete o fluxo de capitais entre países, incluindo investimentos diretos e financeiros.

2.2 Conceitos Básicos de Finanças

2.2.1 Valor Presente, Valor Futuro, Taxa de Desconto e Diagrama de Fluxo de Caixa

O valor presente (VP) e o valor futuro (VF) são conceitos-chave na avaliação de investimentos. O VP considera o valor atual de um fluxo de caixa futuro descontado a uma taxa de juros, enquanto o VF calcula o valor acumulado de um capital investido. O diagrama de fluxo de caixa é uma ferramenta gráfica que ajuda a visualizar entradas e saídas de caixa ao longo do tempo.

2.2.2 Regime de Capitalização Simples

No regime de capitalização simples, os juros são calculados apenas sobre o valor principal investido. A proporcionalidade de taxas é o ajuste necessário para tornar as taxas de juros compatíveis com o período de aplicação.

2.2.3 Regime de Capitalização Composto

Na capitalização composta, os juros incidem sobre o montante acumulado, o que inclui os juros já gerados. O conceito de equivalência de taxas permite comparar taxas de juros aplicadas em diferentes períodos.

2.2.4 Regime de Capitalização Contínuo

Neste regime, os juros são calculados continuamente, com um período de capitalização infinitamente pequeno, resultando em uma fórmula exponencial.

2.2.5 Desconto Bancário ou “Por Fora”

O desconto bancário refere-se à prática de deduzir antecipadamente o valor dos juros de um título, resultando em um valor líquido menor no momento da liquidação.

2.2.6 Taxa de Juros Nominal e Real

A taxa nominal é aquela que não considera a inflação, enquanto a taxa real é ajustada pela inflação. A fórmula de Fisher relaciona as duas taxas, refletindo o impacto da inflação sobre o retorno nominal.

2.2.7 Séries Uniformes de Pagamentos

Essas séries envolvem fluxos de caixa regulares e constantes. Podem ser:

Antecipadas: Pagamentos ocorrem no início de cada período.

Postecipadas: Pagamentos ocorrem no final de cada período.

Perpetuidades: Fluxos de caixa regulares infinitos.

2.2.8 Sistemas de Amortização

Os principais sistemas de amortização são:

SAC (Sistema de Amortização Constante): As parcelas de amortização são constantes, mas os juros variam.

Tabela Price: As parcelas são fixas, com amortização crescente e juros decrescentes.

SAA (Sistema de Amortização Americano): Os juros são pagos periodicamente, e o principal é pago ao final do contrato.

2.2.9 Métodos de Análise de Investimentos

Entre os principais métodos de análise de investimentos, destacam-se:

Taxa Mínima de Atratividade (TMA): O retorno mínimo aceitável para um investimento.

Custo de Oportunidade: Representa o retorno que se abre mão ao escolher um investimento em detrimento de outro.

Taxa Interna de Retorno (TIR) e Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM): Medem a rentabilidade de um projeto, com a TIRM ajustando o risco de reinvestimento.

Valor Presente Líquido (VPL): É a diferença entre o valor presente dos fluxos de caixa futuros e o investimento inicial. 

Esses tópicos são fundamentais para a certificação e capacitam o profissional a tomar decisões mais informadas e estratégicas no mercado financeiro.

O programa de certificação da ANBIMA para Especialistas em Investimentos (CEA), versão 2.5 com vigência a partir de 1º de janeiro de 2024, apresenta um currículo abrangente que visa assegurar que o profissional compreenda e domine os principais conceitos e instrumentos de renda fixa, renda variável e derivativos. Este módulo, que representa entre 15% e 25% do conteúdo do exame, tem o objetivo de verificar a capacidade do profissional em explicar, avaliar e calcular os retornos e riscos associados a diversos produtos financeiros.

Instrumentos de Renda Fixa

Formação das Taxas de Juros no Brasil

A formação das taxas de juros no Brasil é influenciada por diversos fatores, incluindo políticas monetárias estabelecidas pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), cenários econômicos e decisões de investimento. Entender a relação entre a política monetária, inflação e as taxas de juros é crucial para avaliar investimentos em renda fixa.

Caderneta de Poupança

Um dos investimentos mais populares no Brasil, a caderneta de poupança é caracterizada por liquidez diária e rendimento atrelado à taxa Selic. Embora seja isenta de imposto de renda, apresenta baixo risco, mas também retorno relativamente reduzido em comparação com outros produtos de renda fixa.

Títulos Públicos e Privados

Os títulos públicos, como as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Notas do Tesouro Nacional (NTN), são emitidos pelo governo e considerados de baixo risco. Os títulos privados, como CDBs e debêntures, possuem risco maior, dependendo da solvência do emissor. Esses títulos são precificados com base na curva de juros e podem ser negociados no mercado primário ou secundário, sendo influenciados por fatores como ágio, deságio e condições econômicas.

Estrutura de Negociação e Tesouro Direto

A negociação de títulos públicos e privados ocorre em leilões e mercados de balcão. O Tesouro Direto, por exemplo, permite que investidores pessoa física adquiram diretamente títulos emitidos pelo governo, com custos relativamente baixos e acesso a uma variedade de títulos, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro Renda+.

Indicadores de Renda Fixa

Índices como o IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA para títulos públicos atrelados à inflação) e o IDkA (Índice de Duração Constante ANBIMA) são utilizados para medir o desempenho de carteiras de renda fixa. Esses indicadores ajudam os investidores a avaliar a rentabilidade e o risco de diferentes títulos.

Estrutura Temporal das Taxas de Juros

A projeção de curvas de juros, como a prefixada e a de cupom cambial, fornece informações sobre as expectativas de mercado em relação à trajetória futura das taxas de juros. Essas curvas são fundamentais para precificar derivativos e títulos de renda fixa.

Riscos em Renda Fixa

Investimentos em renda fixa estão sujeitos a vários tipos de riscos, incluindo risco de crédito (relacionado à inadimplência do emissor), risco de mercado (variação nas taxas de juros), risco de liquidez e risco cambial (para investimentos em moeda estrangeira).

Instrumentos de Renda Variável

Ações

Os instrumentos de renda variável, como ações, oferecem ao investidor a chance de participar do capital de empresas, e seu retorno depende do desempenho da empresa e das condições de mercado. Ações podem ser de diferentes classes, como preferenciais ou ordinárias, e podem gerar renda por meio de dividendos ou juros sobre capital próprio.

BDRs

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) permitem que investidores no Brasil negociem ações de empresas estrangeiras. Eles podem ser patrocinados, quando emitidos com o apoio da empresa estrangeira, ou não patrocinados.

Mercado de Ações e Riscos

O mercado de ações envolve riscos consideráveis, como volatilidade e risco de liquidez, e pode ser dividido em mercado primário (emissões de novas ações) e mercado secundário (compra e venda de ações existentes).

Derivativos

Mercados Futuros e Opções

Derivativos são instrumentos financeiros cujos valores derivam de ativos subjacentes, como ações, commodities ou taxas de câmbio. Os mercados futuros permitem a compra ou venda de ativos em uma data futura a um preço pré-estabelecido. Já as opções dão ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo no futuro.

Estratégias com Derivativos

Os derivativos são amplamente utilizados para hedge (proteção contra flutuações de preços), especulação (aposta em movimentos de mercado) e arbitragem (exploração de discrepâncias de preços entre mercados). Essas operações envolvem riscos significativos, que devem ser bem compreendidos pelos profissionais do mercado.

Conclusão

O exame CEA, ao abordar temas complexos e variados de instrumentos de renda fixa, renda variável e derivativos, prepara o profissional para atuar com competência na oferta de produtos de investimento, sempre considerando o perfil do cliente e os riscos envolvidos em cada operação. A utilização de ferramentas como calculadoras financeiras será essencial para a realização de cálculos exigidos no exame, assim como o conhecimento sobre a legislação vigente até seis meses antes da prova.

O programa de certificação CEA (Certificação de Especialista em Investimentos) da ANBIMA versão 2.5, que entra em vigor a partir de 01/01/2024, abrange diversos temas relacionados ao mercado de investimentos no Brasil. Um dos módulos essenciais é o de Fundos de Investimentos, com uma proporção de 10 a 20% no exame. O objetivo deste módulo é garantir que o candidato tenha um bom domínio sobre os principais conceitos, regulamentações, e estruturas dos fundos de investimento, além de suas características operacionais.

4. Fundos de Investimentos

4.1 Fundos de Investimento

O principal referencial normativo para este tema é a Resolução CVM nº 175, que define as regras gerais aplicáveis aos fundos de investimento, sua constituição, estrutura e funcionamento. Aqui estão alguns dos pontos principais:

Definição de Fundos de Investimento: Fundos de investimento são caracterizados como um condomínio de investidores, onde os recursos são reunidos para aplicação coletiva em ativos financeiros. O fundo deve ser constituído e registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

Estrutura: Os fundos podem ser divididos em classes e subclasses, cada uma com suas características específicas. A segregação patrimonial é um princípio fundamental, onde o patrimônio do fundo é separado do patrimônio do administrador e de outros investidores.

Cotas: Fundos podem ser de classes abertas (onde os cotistas podem solicitar resgate de suas cotas a qualquer momento) ou fechadas (onde os resgates ocorrem em prazos ou condições específicas). São abordados tópicos como emissão, subscrição, resgate, amortização e negociação de cotas, além da vedação ao uso indevido de informação privilegiada.

Divulgação de Informações: As regras de comunicação entre os gestores e os cotistas são detalhadas, incluindo a divulgação periódica de balancetes, demonstrações contábeis, e informações relevantes, como atos ou fatos importantes para o fundo.

Assembleia de Cotistas: Fundos de investimento realizam assembleias gerais e assembleias especiais para tratar de assuntos específicos e tomar decisões conjuntas sobre a administração e gestão do fundo.

4.1.2 Fundos de Investimento Financeiro (FIF)

Os FIFs são regidos por normas específicas detalhadas no Anexo I da Resolução CVM nº 175. Entre os principais tópicos estão:

Carteira: Os fundos FIF podem investir em uma série de ativos financeiros tanto no Brasil quanto no exterior, respeitando limites por emissor e por modalidade de ativo financeiro. 

Tipificação: Os FIFs podem ser classificados em várias categorias, como Fundos de Renda Fixa, Fundos de Ações, Fundos Cambiais, Multimercados, entre outros. Cada um possui características de composição e risco próprias.

4.1.3 Outros Tipos de Fundos

Além dos FIFs, existem outros tipos de fundos relevantes, como:

Fundos de Investimento Imobiliário (FII): Focados em investimentos em imóveis ou direitos sobre imóveis.

Fundos de Investimento em Participações (FIP): Fundos voltados para a aquisição de participações acionárias em empresas.

Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC): Voltados para a aquisição de direitos creditórios.

Fundos de Índice (ETFs): Fundos com cotas negociadas em bolsas de valores, que acompanham a performance de um índice de mercado.

4.2 Carteira Administrada

A gestão de carteiras administradas envolve a distinção entre gestão discricionária e não discricionária, bem como a custódia de ativos. O programa explora as principais características dessas carteiras, suas comparações com fundos de investimento e fundos exclusivos.

4.3 Tributação em Fundos de Investimento e Carteira Administrada

A tributação sobre fundos de investimento é uma área de grande importância, cobrindo desde o fato gerador do imposto até as alíquotas e a responsabilidade pelo recolhimento de tributos. 

• O “come-cotas” é uma das peculiaridades da tributação de fundos, onde o imposto de renda é recolhido automaticamente duas vezes ao ano.
• Além disso, há regras sobre o IOF e a compensação de perdas.

4.4 Código de Administração de Recursos de Terceiros

Este código define as obrigações dos gestores de recursos, incluindo a administração fiduciária, gestão de risco e liquidez. Ele também regulamenta a classificação dos fundos e estabelece regras de publicidade.

4.5 Regras e Procedimentos de Administração e Gestão

Este tópico abrange as responsabilidades dos prestadores de serviços essenciais para fundos de investimento, como administradores fiduciários e gestores de recursos, além das regras sobre apreçamento de ativos e a gestão de risco de liquidez.

O conteúdo sobre fundos de investimento no CEA visa garantir que os candidatos possuam uma compreensão completa de como esses produtos funcionam, sua regulamentação e os riscos envolvidos, de forma a capacitar os profissionais a tomar decisões bem informadas e fornecer recomendações precisas a seus clientes.

O Programa Detalhado da Certificação de Especialista em Investimentos (CEA) – versão 2.5, com vigência a partir de 01 de janeiro de 2024, inclui um módulo específico dedicado à Previdência Social, Privada e Seguros, com foco em produtos de Previdência Complementar. Este módulo representa de 10% a 15% do conteúdo total do exame e visa avaliar o conhecimento técnico dos profissionais sobre esses produtos, além de sua capacidade de adequação ao perfil do cliente e dos investidores.

5. Previdência Social, Privada e Seguros

5.1 Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da necessidade do cliente

O objetivo principal é diferenciar os conceitos de Previdência Social, que é obrigatória e administrada pelo governo, e Previdência Privada, que é complementar e facultativa. O profissional deve ser capaz de avaliar as necessidades do cliente em relação à sua segurança financeira futura e identificar qual tipo de previdência atende melhor seus objetivos.

5.2 Agentes Reguladores e Legislação Aplicável ao Mercado Previdenciário

Esse tópico trata das entidades reguladoras da previdência complementar, como a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), responsável pela supervisão dos produtos de previdência complementar aberta, além da legislação aplicável, que inclui normas específicas como as da Lei Complementar nº 109/2001, que regula os planos de previdência privada no Brasil.

5.3 Produtos de Previdência Complementar Aberta e suas Características

Aqui, são analisados os principais produtos disponíveis no mercado de previdência complementar aberta, que incluem o Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL). O PGBL é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, permitindo deduzir até 12% da renda bruta anual, enquanto o VGBL é mais adequado para quem faz a declaração simplificada, pois seus rendimentos são tributados apenas no momento do resgate.

5.4 Características Técnicas que Influenciam o Produto

Essa seção destaca elementos importantes dos planos de previdência complementar, como:

• Taxa de administração: custos de gerenciamento do plano.
• Taxa de carregamento: aplicada sobre contribuições e/ou resgates.
• Portabilidade: transferência de recursos entre planos de diferentes instituições sem incidência de impostos.
• Resgates: possibilidade de retirada do capital acumulado antes da fase de benefícios, sujeito a regras específicas.

5.4.7 Fase de Benefícios

Durante a fase de benefícios, o investidor pode optar por diferentes formas de recebimento, como:

Renda mensal vitalícia: pagamento até o falecimento do participante.

Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores: benefício que continua sendo pago ao cônjuge e dependentes.

Renda mensal por prazo certo: pagamento de benefícios por um período determinado, entre outros.

5.5 O Processo de Venda dos Produtos de Previdência Complementar

O processo de venda deve ser conduzido com base em uma análise detalhada do perfil e das necessidades do cliente, garantindo que o plano escolhido seja adequado a seus objetivos financeiros de longo prazo.

5.6 Escolha do Tipo de Fundo de Investimento Durante a Fase de Acumulação

Os fundos de previdência podem ser classificados de acordo com o risco e a composição da carteira de investimentos. A ANBIMA classifica esses fundos em:

• Renda Fixa

• Balanceados

• Multimercados

• Ações

Esses produtos permitem ao cliente escolher o nível de risco que deseja assumir durante a fase de acumulação.

5.7 Qualidade da Venda – Apresentação dos Aspectos Técnicos e de Riscos dos Produtos

Os profissionais devem garantir que os clientes entendam os aspectos técnicos dos produtos oferecidos, incluindo riscos, taxas e a fase de acumulação, além dos detalhes relacionados à fase de benefícios e tributação.

5.8 Tributação em Planos de Previdência Complementar

A escolha do regime de tributação é fundamental para o planejamento tributário do cliente, e as opções incluem:

Regime Tributável ou Compensável: onde o imposto é retido na fonte (15%) e o ajuste é feito na Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIR-PF) de forma progressiva.

Regime Definitivo ou Exclusivo: com alíquotas regressivas que diminuem conforme o tempo de permanência no plano.

5.9 Planejamento Tributário Utilizando Planos de Previdência Complementar Aberta

Essa seção aborda estratégias de planejamento tributário que permitem ao investidor otimizar seus resultados fiscais, escolhendo o tipo de plano, regime de tributação e fundos que melhor atendam seus objetivos financeiros e horizontes de investimento.

O domínio desses conceitos e a capacidade de aplicar esse conhecimento no aconselhamento financeiro são essenciais para os profissionais certificados pela ANBIMA (CEA), garantindo uma orientação adequada e personalizada aos seus clientes.

O Programa Detalhado da Certificação de Especialista em Investimentos (CEA) – versão 2.5, com vigência a partir de 01 de janeiro de 2024, apresenta um módulo dedicado à Gestão de Carteiras e Riscos, que representa entre 10% e 20% do conteúdo total da prova. Este módulo tem como objetivo verificar o domínio dos profissionais sobre conceitos de estatística aplicada, gestão de carteiras de investimentos e análise de riscos, aspectos essenciais para um especialista em investimentos.

6. Gestão de Carteiras e Riscos

6.1 Estatística Aplicada

Os conceitos de estatística são fundamentais para a análise de dados financeiros e de investimentos. Neste tópico, os profissionais precisam conhecer e aplicar as seguintes medidas:

Medidas de Posição Central: incluem a média (valor médio de uma amostra), mediana (valor central de uma distribuição) e moda (valor mais frequente). Essas medidas ajudam a descrever o comportamento dos dados.

Medidas de Dispersão: envolvem a variância (que mede a dispersão dos dados em relação à média) e o desvio padrão, que representa a volatilidade, ou seja, o grau de variação dos retornos de um ativo.

Medidas de Associação entre Duas Variáveis: como a covariância (mede o grau de variação conjunta de dois ativos), o coeficiente de correlação (que varia de -1 a +1 e indica a força e a direção da relação entre duas variáveis) e o coeficiente de determinação (R²), que indica a proporção da variação de uma variável explicada pela outra.

Distribuição Normal: uma das distribuições mais importantes em estatística, onde os dados se distribuem de forma simétrica em torno da média.

Intervalo de Confiança em uma Distribuição Normal: usada para estimar o intervalo dentro do qual um parâmetro populacional (como a média) se encontra com uma determinada confiança.

6.2 Risco, Retorno e Mercado

Esse tópico explora a relação entre risco e retorno no mercado financeiro, abordando conceitos como:

Mercado Eficiente: a teoria de que os preços dos ativos refletem todas as informações disponíveis, tornando impossível obter retornos acima da média sem assumir riscos adicionais.

Risco e Retorno Esperados: o risco é a incerteza associada ao retorno de um ativo, enquanto o retorno esperado é a média ponderada dos possíveis resultados.

6.3 Seleção de Carteiras e Modelo de Markowitz

O Modelo de Markowitz é uma teoria essencial na gestão de carteiras, focada na diversificação dos ativos para minimizar o risco. 

Retorno Esperado de uma Carteira: o retorno médio que uma carteira pode gerar, com foco na diversificação de até três ativos.

Diversificação do Risco: a diversificação reduz o risco diversificável, que é o risco específico de um ativo, enquanto o risco sistemático (não diversificável) é inerente ao mercado e afeta todos os ativos.

Taxa Livre de Risco e o Prêmio pelo Risco de Mercado: a taxa livre de risco é a rentabilidade de um ativo considerado sem risco (como títulos do governo), enquanto o prêmio pelo risco é o retorno adicional esperado por assumir riscos de mercado.

A Fronteira Eficiente: é o conjunto de carteiras que oferece o maior retorno possível para um determinado nível de risco.

Escolha da Carteira Ótima: a carteira ótima está na Fronteira Eficiente e corresponde ao nível de risco que o investidor está disposto a assumir.

6.4 Modelo de Precificação de Ativos – CAPM

O Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) estabelece a relação entre o risco de um ativo e seu retorno esperado.

Reta do Mercado de Capitais (CML): representa a combinação de todos os portfólios possíveis que podem ser formados a partir da taxa livre de risco e da carteira de mercado.

Coeficiente Alfa e Beta: o alfa mede o desempenho de um ativo em relação ao retorno esperado pelo CAPM, enquanto o beta mede o risco sistemático de um ativo em comparação com o mercado.

Reta do Mercado de Títulos (SML): mostra a relação entre o retorno esperado de um ativo e seu risco sistemático.

Arbitrage Pricing Theory (APT): é uma alternativa ao CAPM que explica o retorno de um ativo com base em múltiplos fatores de risco.

6.5 Alocação de Ativos

A alocação de ativos é o processo de distribuição dos investimentos em diferentes classes de ativos, como ações, títulos e imóveis, com o objetivo de balancear o risco e o retorno.

Asset Allocation: a alocação de ativos pode ser estratégica (de longo prazo) ou tática (de curto prazo, baseada em mudanças nas condições de mercado).

Critérios de Alocação e Rebalanceamento: estratégias para manter a composição da carteira alinhada com os objetivos e perfil do investidor.

Horizonte de Tempo e Perfil do Investidor: o planejamento de alocação deve levar em consideração a evolução do investimento ao longo do tempo.

6.6 Acordo de Basiléia

O Acordo de Basiléia estabelece normas para a gestão de risco no sistema financeiro global, aplicáveis também no Brasil, visando garantir a solidez das instituições financeiras.

6.7 Gestão de Riscos em Fundos de Investimento e Carteiras Administradas

A gestão de riscos é uma parte essencial da gestão de carteiras, e envolve diversos indicadores e estratégias, como:

Índice de Sharpe e Índice de Treynor: ambos medem o desempenho ajustado pelo risco de um ativo ou carteira.

Valor em Risco (Value at Risk – VAR): quantifica o risco potencial de perdas financeiras em uma carteira.

Stress Test: análise de cenários extremos para avaliar a resistência da carteira.

Tracking Error e Erro Quadrático Médio: medem a discrepância entre a rentabilidade de um fundo e seu benchmark de referência.

Esse módulo busca garantir que os profissionais possam aplicar metodologias estatísticas e financeiras para maximizar o retorno ajustado ao risco, ao mesmo tempo em que conseguem ajustar carteiras para diferentes perfis de risco e condições de mercado.

O Programa Detalhado da Certificação de Especialista em Investimentos (CEA), versão 2.5, que entra em vigor a partir de 01 de janeiro de 2024, dedica um módulo específico à Análise do Perfil do Investidor (API) – Suitability. Este módulo, representando entre 15% e 25% do conteúdo da prova, é crucial para avaliar a capacidade dos profissionais de investimento em compreender o perfil dos investidores e recomendar produtos adequados com base nesse perfil. A seguir, são detalhados os principais tópicos desse módulo.

7. Planejamento de Investimento

7.1 Entrevista e Processo de Análise do Perfil do Investidor

A análise do perfil do investidor, ou API, é um processo mandatado pela Resolução CVM Nº 30 e pelo Código de Distribuição de Produtos de Investimento (Capítulo XI). O objetivo principal da API é verificar se os produtos de investimento são adequados ao perfil do cliente, conforme estabelecido pela regulamentação de suitability.

Abrangência: A API é aplicável tanto a pessoas físicas quanto jurídicas, com algumas isenções. É necessária a aplicação de questionários e entrevistas para identificar o perfil do investidor, levando em consideração sua situação patrimonial e seus objetivos financeiros.

Adequação dos Produtos: É fundamental que os produtos oferecidos sejam compatíveis com o perfil do cliente, observando-se fatores como objetivos de investimento, capacidade de assumir riscos e horizonte de tempo. Há, no entanto, a possibilidade de oferecer produtos fora do perfil, mediante a devida justificativa e conscientização do cliente.

7.1.2 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos

Para garantir que o produto de investimento seja adequado ao investidor, são levados em conta:

• Objetivo do Investidor: Quais são as metas do cliente? Exemplo: compra de imóvel, aposentadoria, educação.
• Horizonte de Investimento: Relaciona-se ao tempo que o investidor está disposto a deixar o capital aplicado.
• Risco versus Retorno: Avalia-se a capacidade do investidor de suportar perdas (tolerância ao risco) e o retorno necessário para atingir seus objetivos.

7.1.3 Compreensão dos Objetivos e Necessidades do Cliente

A análise de perfil inclui o entendimento profundo das prioridades, restrições e atitudes do cliente em relação ao risco e retorno, considerando também seu ciclo de vida (idade) e expectativas financeiras.

7.2 Decisões do Investidor na Perspectiva de Finanças Comportamentais

As Finanças Comportamentais estudam como os investidores tomam decisões e identificam os fatores psicológicos que podem influenciar o julgamento financeiro.

Heurísticas: São atalhos mentais usados para tomar decisões rapidamente. Exemplos incluem:

•   Heurística da Disponibilidade: Decisões influenciadas por memórias recentes.
•   Heurística da Representatividade: Baseia-se em estereótipos ou associações, sem considerar informações relevantes.
•   Ancoragem: Influência de valores ou conhecimentos anteriores nas decisões atuais.

Vieses Comportamentais:

•   Otimismo Exagerado: Quando o investidor subestima os riscos.
•   Excesso de Confiança: O investidor acredita que pode prever melhor os movimentos do mercado.
•   Armadilha da Confirmação: Procura por informações que reforcem crenças já existentes, ignorando dados contrários.
•   Ilusão de Controle: O investidor acredita ter mais controle sobre os resultados do que realmente possui.
•   Aversão à Perda: Tendência a manter investimentos com prejuízo na esperança de uma recuperação, enquanto realiza lucros rapidamente.

7.2.4 Efeitos de Estruturação (Framing)

O framing refere-se à forma como as decisões de investimento são influenciadas pela apresentação do problema. Por exemplo, a maneira como o retorno ou o risco é descrito pode afetar a percepção do investidor sobre a atratividade de um produto.

7.2.5 Aversão à Perda

Investidores tendem a evitar perdas, muitas vezes mantendo investimentos com resultados negativos, enquanto vendem rapidamente aqueles com ganhos certos, mesmo que haja potencial de crescimento.

7.3 Planejamento de Investimento

O processo de planejamento de investimentos é essencial para garantir que o investidor tenha uma visão clara de seus objetivos financeiros e a melhor forma de alcançá-los.

7.3.1 Princípios Básicos do Planejamento Financeiro

O planejamento financeiro pessoal segue uma série de etapas, desde a análise da situação financeira atual do investidor até a implementação e acompanhamento de uma estratégia de investimento. As etapas incluem:

• Orçamento Pessoal: Análise das receitas, despesas e fluxo de caixa, garantindo que o cliente compreenda sua capacidade de poupança.
• Balanço Patrimonial: Identificação dos ativos e passivos do cliente, com o cálculo do patrimônio líquido.
• Reserva de Curto Prazo: Também conhecida como reserva de emergência, essa quantia deve ser dimensionada para cobrir imprevistos e deve ser investida em produtos de alta liquidez e baixo risco.

7.3.6 Apresentação de Alternativas de Investimento

Após a análise do perfil do investidor, o profissional deve apresentar alternativas de investimentos de longo prazo, ajustadas ao perfil e objetivos do cliente. Isso inclui:

Acompanhamento da Performance: Monitorar o desempenho dos investimentos para garantir que estejam alinhados com as metas do investidor e, se necessário, recomendar ajustes.

Rebalanceamento: Realizar ajustes na alocação de ativos conforme as condições de mercado ou mudanças nas prioridades e perfil do investidor.

7.3.9 Planejamento Fiscal

O planejamento de investimentos deve considerar a situação fiscal do investidor. Alterações nos investimentos podem ser sugeridas para otimizar a carga tributária, levando em consideração o horizonte de tempo, eventos especiais e mudanças no cenário econômico.

Esse módulo, ao integrar aspectos de Finanças Comportamentais e ferramentas de Planejamento Financeiro, permite que o profissional de investimentos atue de forma abrangente, orientando o cliente tanto em termos de retorno financeiro quanto na gestão de riscos e objetivos de longo prazo, sempre considerando o perfil e comportamento do investidor.

• 10 Simulado com tempo de 210 minutos cada
• Testes discursivos
• Testes oral através Vídeo chamada

Trata-se de um bônus de acordo com período escolhido e ainda obtém um desconto na solicitação do serviço. Este serviço destina-se exclusivamente aos participantes deste ambiente conforme o TERMO de ACEITE.